JULIANA GONTIJO
O número de Microempreendedores Individuais (MEI) vem crescendo ano a ano no país e em Minas Gerais. A formalização dessa categoria teve início em julho de 2009, com o Projeto de Lei Complementar (PLC) 128/08, que criou a figura desse tipo de empresário e entrou em vigor em julho de 2009. Naquele ano, no Estado, 8.950 pessoas se tornaram empreendedores individuais. Neste ano, até dia 22 de agosto, já são 346.652 mil espalhados por toda Minas Gerais. Em todo o país, são mais de 3,302 milhões. E pelas estimativas do Sebrae, em 2014 o país terá mais microempreendedores individuais do que micro e pequenas empresas no Simples Nacional.
Os empreendedores, que antes viviam na informalidade, são atraídos pelas vantagens oferecidas para quem fatura até R$ 60 mil por ano. Um dos benefícios, conforme o analista do Sebrae Minas, Cássio Duarte, é a cobertura previdenciária. “Outra vantagem é a inclusão social e a credibilidade junto aos clientes e instituições financeiras para conseguir um empréstimo, por exemplo”, observa o especialista.
A empreendedora individual e designer Izabela Cardoso, proprietária da Beró, que comercializa moda praia e também esportiva, afirma que a inscrição abriu portas. “Valeu a pena, você passa a ser mais bem vista no mercado”, conta.
O diferencial do ateliê, localizado em Belo Horizonte, segundo ela, é que os artigos são personalizados. “Eu desenho as estampas e o cliente também pode escolher o tipo de peça”, afirma.
No começo deste ano, ela começou a vender para um cliente no Nordeste e neste mês começou a atuar no segmento infantil.
Estímulo. A podóloga Érica Antunes de Araújo Tibúrcio gostou tanto da formalização que incentivou a mãe a se tornar uma empreendedora individual. “Ela fez a inscrição nos últimos dias”, conta.
A empreendedora de Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, afirma que só há pontos positivos em se tornar um MEI. “A procura aumentou, já que pude passar a oferecer para os meus clientes a opção de pagar com cartão de crédito e débito. Hoje, também tenho todas as garantias do INSS”, diz.
Além de ter incentivado a mãe, que é esteticista, ela ajudou uma amiga a se formalizar. “É uma coisa que eu realmente recomendo”, frisa. Para o empreendedor Claudio Luiz Bearzi, que trabalha com cutelaria, em Baependi, no Sul de Minas, para garantir sucesso nos negócios como MEI, é preciso mudar a forma de agir e administrar o negócio. “É importante pensar como empresa”, ressalta.
O analista do Sebrae Minas, Cássio Duarte, concorda e aconselha aos empreendedores a fazer um plano de negócios. “Ele também não pode deixar de buscar informações no mercado, conhecer os concorrentes, buscar ter um diferencial, e procurar sempre se aperfeiçoar”, diz.
Se tornar um microempreendedor individual (MEI) não é difícil e não é caro, segundo o empreendedor Claudio Luiz Bearzi. “Não é caro e há várias vantagens, uma delas é ter nota fiscal”, diz. O analista de política do Sebrae Minas, Cássio Duarte, explica que a inscrição no site do portal do empreendedor é gratuita, bem como a baixa. “O que ele tem que pagar é 5% sobre o salário mínimo, que é para a contribuição previdenciária. Além de valores relativos aos impostos”, observa.
É necessário pagar R$ 1 de ICMS por mês, se o empreendedor for dos segmentos de indústria e comércio. Quem atua no setor de serviços deve pagar R$ 5 de ISS.
Duarte chama a atenção para os golpes hoje no mercado. “Há associações que não têm relação nenhuma com o MEI que mandam boletos para o empreendedor e, muitas vezes, ele paga sem analisar o documento ou na boa-fé acredita que deve ser algo relativo à formalização”, diz (JG)
fonte: http://www.otempo.com.br/o-eu-empresa-ser%C3%A1-maioria-1.702801